Pesquisar este blog

quinta-feira, 15 de março de 2012

Liturgia: A Missa – Parte por Parte

A Missa – Parte por Parte
O centro da missa: Memorial da Páscoa de Cristo
Na Missa se realiza o que Cristo ordenou na última ceia: o memorial de seu mistério pascal.
A eucaristia é, em primeiro lugar, memorial da morte e ressurreição do Senhor sob o sinal do pão e do vinho dados em refeição, em ação de graças e súplica.

     
Nossa preocupação não deve ser somente intelectual para que o povo entenda, mas levar o povo a experimentar o mistério pascal, mostrando a ligação entre a fé e avida ("Páscoa de Cristo na páscoa da gente, páscoa da gente na páscoa de Cristo”) para que a eucaristia nos impulsione a dar a vida pelos irmãos e irmãs, como fez Cristo em sua Páscoa.

Estrutura da Missa - Divide-se em 4 partes
1ª Parte - RITOS INICIAIS
2ª Parte - LITURGIA DA PALAVRA
3ª Parte - LITURGIA EUCARÍSTICA
4ª Parte - RITOS FINAIS


1ª ParteRitos Iniciais - Divide-se em 5 partes:
1 - Cântico e procissão de Entrada
2 - Saudação do Altar e da Assembléia
3 - Ato Penitencial
4 – Hino de Louvor (Glória)
5 - Oração da Coleta


Iniciais - Explicação detalhada
1 - Entrada (Cântico de Entrada)
- Dar início à celebração
- Favorecer a união dos fiéis reunidos
- Introduzir os fiéis no mistério do tempo litúrgico ou da festa


1.1 - Entrada (Procissão de Entrada)
Representa o Salvador vindo a este mundo, manifestando a vontade de se oferecer e começando o ser sacrifício desde a Encarnação.
As velas simbolizam a luz que ilumina todo homem.
A Cruz mostra o sacrifício que marcou a vida de um Deus feito homem.
O incenso indica o perfume da doutrina e das virtudes que Ele veio ensinar ao mundo.


2 - Saudação do altar e da Assembléia
a) O beijo no altar

Durante a missa, o pão e o vinho são consagrados no altar, ou seja, é no altar que ocorre o mistério eucarístico. O presidente da celebração ao chegar beija o altar em sinal de carinho e reverência por tão sublime lugar. Por incrível que possa parecer, o local mais importante de uma igreja é o altar, pois ao contrário do que muita gente pensa, as hóstias guardadas no sacrário nunca poderiam estar ali se não houvesse um altar para consagrá-las.


b) Assembléia
Fazer sentir à Assembléia reunida a Presença de Nosso Senhor.
Retirada na sua maioria dos cumprimentos de Paulo, o presidente da celebração e a assembléia se saúdam. O encontro eucarístico é movido unicamente pelo amor de
Deus, mas também é encontro com os irmãos.


3. Ato Penitencial
Após saudar a assembléia presente, o sacerdote convida toda assembléia a, em um momento de silêncio, reconhecer-se pecadora e necessitada da misericórdia de Deus.


4 – Hino de Louvor (Glória) – nas solenidade e festas
O Glória é um antiguíssimo e venerável hino com que a Igreja, congregada no Espírito Santo, glorifica e suplica a Deus e ao Cordeiro.
Não é permitido substituir o texto deste hino por outro.
OBS: Não se canta o Glória no Advento e Quaresma

5 - Oração da Coleta
Encerra o rito de entrada e introduz a assembléia na celebração do dia. “Após o convite do celebrante, todos se conservam em silêncio por alguns instantes, tomando consciência de que estão na presença de Deus e formulando interiormente seus pedidos. Depois o sacerdote diz a oração que se costuma chamar de ‘coleta’, a qual a assembléia dá o seu assentimento com o ‘Amém’ final” (IGMR 32).
Dentro da oração da coleta podemos perceber os seguintes elementos: invocação, pedido e finalidade.


2ª Parte - Liturgia da Palavra - Divide-se em 8 partes:
1 - Silêncio
2 - Leituras Bíblicas
3 - Salmo Responsorial
4 - Aclamação ao Evangelho
5 - Evangelho
6 - Homilia
7 - Profissão de fé
8 - Oração universal


Liturgia da Palavra - Explicação detalhada
1 - Silêncio
“A Liturgia da Palavra e todo o rito da missa deve ser celebrada de modo a favorecer a meditação”.
“Haja nela também breves momentos de silêncio”, “nos quais com ajuda do Espírito Santo, a Palavra de Deus possa ser interiorizada.


2 - Leituras Bíblicas
Devem sempre ser proclamadas do Ambão.
Normalmente são tiradas do Antigo e Novo Testamento. Tais leituras correspondem ao desejo de abrir aos fiéis os tesouros da Sagrada Escritura e propõem-se a ilustrar "a unidade de ambos os Testamentos e da história da salvação”.
As leituras bíblicas para os domingos é dividida em três anos (A:Mateus; B:Marcos; C:Lucas) enquanto para as missa da semana dentro do tempo comum é dividida em ano par ou impar.

OBS: Somente há 2ª leitura nos domingos e solenidades próprias.

3 - Salmo Responsorial
"A primeira leitura é seguida do salmo responsorial, que é parte integrante da liturgia da palavra e tem, por si mesmo, grande importância litúrgica e pastoral, pois favorece a meditação da Palavra de Deus." Trata-se dum texto bíblico poético, em forma de oração, geralmente retirado do livro dos Salmos. Pode ser proclamado de várias formas, mas a mais comum, e também mais recomendada, é aquela em que um salmista canta uma estrofe de cada vez, intercaladas por um refrão cantado por todos.


4 - Aclamação ao Evangelho
“Depois da leitura, que precede imediatamente o Evangelho, canta­-se   o Aleluia ou outro cântico, indicado pelas rubricas,  conforme o tempo litúrgico.”
“A assembléia dos fiéis acolhe e saúda o Senhor, que vai lhe falar no Evangelho.”

OBS: Não se canta o Aleluia (Trata-se duma palavra hebraica Halləlu yaque significa “Louvai a Jah!”. É uma aclamação alegre e vigorosa ao Criador, cujo nome é Javé)
na Quaresma

5 - Evangelho
É o ponto alto da liturgia da Palavra. Cristo torna-se presente através de sua Palavra e da pessoa do sacerdote. Tal momento é revestido de cerimônia, devido sua importância. Todos ficam de pé e aclamam o Cristo que fala. O diácono ou o padre dirigem-se à mesa da palavra para proclamá-la.
O que proclama a Palavra do evangelho menciona a presença do Cristo vivo entre nós. Faz o sinal da cruz na testa, na boca e no coração para que todo o ser fique impregnado da mensagem do Evangelho: a mente a acolha, a boca a proclame e o coração a sinta e a viva.


6 - Homilia
A homilia faz a transição entre a palavra de Deus e sua resposta. É feita exclusivamente por um ministro ordenado, pois este recebeu, através da imposição das mãos o dom especial para pregar o Evangelho. A função da homilia é confrontar o mistério celebrado com a vida da comunidade. Na homilia, o sacerdote anima o povo, exorta-o e se for preciso o denuncia, mostrando a distância entre o ideal proposto e a vida concreta do povo.


7 - Profissão de fé
“O símbolo ou profissão de fé, na celebração da missa, tem por objetivo levar o povo a dar seu assentimento e resposta à palavra de Deus ouvida nas leituras e homilia, bem como lhe recordar a regra da fé antes de iniciar a celebração da eucaristia”(IGMR 43).
Existem dois símbolos próprios: Símbolo Apostólico e o Símbolo Niceno-Constatinopolitano.


8 - Oração universal (Preces dos Fiéis)
“Na oração dos fiéis ou oração universal, a assembléia dos fiéis, iluminada pela graça de Deus, à qual de certo modo responde, pede normalmente pelas necessidades da Igreja universal e da comunidade local, pela salvação do mundo, pelos que se encontram em qualquer necessidade e por grupos determinados de pessoas”(IGMR 30).
É bom que se faça preces curtas e objetivas.


3ª ParteLiturgia Eucarística - Divide-se em 8 partes:1 - Preparação das ofertas
2 - Oração sobre as ofertas
3 - Oração eucarística
4 - Rito de comunhão
5 - Rito da Paz
6 - Fração do pão
7 - Comunhão
8 - Oração depois da comunhão


Liturgia Eucarística - Explicação detalhada
1 - Preparação das ofertas
Inicia-se com a procissão das oferendas, levam-se ao altar o pão e o vinho com água, isto é, aqueles elementos que Cristo tomou em suas mãos. A seguir o sacerdote lava as mãos, exprimindo por esse rito um desejo de purificação interior.
Se o foco da Liturgia da Palavra era o ambão ou Mesa da Palavra, o foco agora é o altar. Ele é “o centro de toda liturgia eucarística.”


2 - Oração sobre as ofertas
Após a preparação das oferendas para o sacrifício, o sacerdote profere a oração sobre as oferendas
(própria de cada celebração).
A assembléia responde:”Amém”.


3 - Oração eucarística
“Por ela os fiéis se unem a Cristo para proclamar as maravilhas de Deus e oferecer o verdadeiro sacrifício: oferecem o Cristo, pelo sacerdote; e unidos a Cristo, oferecem a si mesmos ao Pai”. Visa preparar os fiéis para receberem o corpo e o sangue do Senhor como alimento espiritual.


3.1 - Oração eucarística - Elementos principais:a) Ação de graças (no Prefácio);
b) Aclamação (Sanctus);
c) Epíclese (Transustanciação);
d) Narração da instituição e consagração
e) Anmnese
f) Mistério da fé
g) Oblação
h) Segunda epclíse
i) Intercessões
j) Doxologia final (exprime a glorificação de Deus).


a) Prefácio: antecede o momento da narrativa da instituição da Eucaristia. Ou seja, a Oração Eucarística se abre com um grande louvor a Deus pelas maravilhas que Ele operou na história da Salvação e continua fazendo ainda hoje entre nós.

b) Santo: O prefácio termina com a aclamação do Santo. Toda a Igreja, a celeste e a peregrina neste mundo, é convidada a um grande louvor e glorificação. Ele deveria ser sempre cantado por toda a assembléia. E não deveria ser qualquer música que traz a palavra “Santo”, mas deve ser o texto mesmo que está no missal.

c) Epíclese (Transubstanciação): Terminado o canto do Santo, o presidente da celebração suplica que o Espírito Santo santifique as oferendas do povo, pão e vinho, para que se tornem Corpo e Sangue de Cristo.
d) Narrativa da Instituição e consagração: Quando pelas palavras de cristo e ações de Cristo se realiza o sacrifício que Ele instituiu na última ceia, ao oferecer seu corpo e sangue nas espécies do pão e do vinho. (IGMR 55)

e) Anamese: Cumprindo a ordem recebida do Cristo Senhor, a igreja faz memória do próprio Cristo, relembrando a sua bem-aventurada paixão, ressurreição e ascenção. “Fazei isto em memória de mim”.

f) Mistério da Fé: Eis o mistério da fé! Quando o presidente da celebração diz isto, ele não está referindo-se única e exclusivamente àquele momento específico do relato da instituição da eucaristia, como podemos achar, mas quer referir-se à toda a vida de Cristo na terra e a vida de Cristo em nós e, conseqüentemente, nossa vida em Cristo.

g) Oblação: Na seqüência, vem o que nós chamamos de oblação, isto é, a assembléia reunida, realizando esta memória, oferece ao Pai a hóstia imaculada. Não só ela, mas todos os fiéis oferece-se a si mesmos e se aperfeiçoam, cada vez mais, pela mediação de Cristo, na união com Deus e com o próximo, para que Deus seja tudo em todos. Onde a assembléia responde: “recebei ó Senhor a nossa oferta”.

h) Segunda epíclese: Houve uma primeira epíclese que foi a invocação do Espírito Santo sobre as oferendas de pão e vinho para que se tornassem Corpo e Sangue de Cristo . Acontece agora uma segunda epíclese na Oração Eucarística. Trata de uma nova invocação do Espírito Santo, agora para que todos os participantes daquele ato litúrgico, pela ação do Espírito Santo, sejam transformados numa única assembléia, sem divisões, com os mesmos sentimentos de Cristo, todos unidos num só coração e numa só alma. A assembléia responde: “fazei de nós um só corpo e um só espírito”.

i) Intercessões: Chegado o momento que chamamos de intercessões. As intercessões exprimem que a Eucaristia é celebrada em comunhão com toda a Igreja, tanto a celeste como a terrestre, e que a oblação é feita também por ela e por todos os membros vivos e mortos.

j) Doxologia Final: A oração eucarística termina com a doxologia. Esta palavra vem da língua grega, de doxa, que significa final. A oração termina com o grande ofertório do Corpo e do Sangue de Cristo ao Pai. Exprime a glorificação de Deus e é confirmada e concluída pela aclamação do povo de Deus. O amém que respondemos no final deveria ser o amém mais empolgante de toda a liturgia. Por isso mesmo ele deveria ser sempre cantando.

4 - Rito de comunhão
Inicia-se com a oração do Pai-Nosso
(segue aqui uma observação: o único local em que não dizemos "amém" ao final do Pai Nosso é na Missa, dada a continuidade da oração expressa no embolismo, o sacerdote diz sozinho:

Livrai-nos de todos os males, ò Pai e dai-nos hoje a vossa paz. Ajudados pela vossa misericórdia, sejamos sempre livres do pecado e protegidos de todos os perigos, enquanto, vivendo a esperança, aguardamos a vida do Cristo Salvador.

A assembléia responde: Vosso é o reino, o poder e a glória para sempre.

Depois vem a oração pela paz que também é feita pelo sacerdote somente, não são todos que rezam, pois isso foi um "erro" litúrgico que se difundiu e, infelizmente, tornou-se comum. Porém, é apenas o sacerdote ordenado que age in persona Christi, ou seja, na pessoa de Cristo que clama, como primeiro representante de toda a Igreja, pela paz.
Recapitulando, o sacerdote sozinho e de braços abertos reza:

Senhor Jesus Cristo dissestes aos vossos Apóstolos:
Eu vos deixo a paz, eu vos dou a minha paz.
Não olheis os nossos pecados, mas a fé que anima vossa Igreja;
dai-lhe, segundo o vosso desejo, a paz e a unidade. 
(Aqui ele junta as mãos e conclui)
Vós, que sois Deus, com o Pai e o Espírito Santo.

E em seguida a assembléia responde com um forte amém.

5 - Rito da Paz
“A Igreja implora pela paz e a unidade para si própria e para toda a família humana.”
Todos se saúdam fraternalmente.
“É conveniente que cada um dê a paz com sobriedade e apenas aos que estão perto de si”.


6 – Fração do pão
O gesto da fração, praticado por Cristo na última Ceia, e que serviu para designar, nos 

tempos apostólicos, toda ação eucarística, significa que os fiéis, apesar de muitos, se tornam um só Corpo, pela Comunhão do mesmo pão da vida que é Cristo, morto e ressuscitado pela salvação do mundo (1 Cor 10, 17).
Agnus Dei (cordeiro de Deus) - Para acompanhar o rito da fração do pão, pode-se repetir essa invocação quantas vezes for necessário, terminando sempre com as palavras Dai-nos a Paz. A seguir o Sacerdote mostra aos fiéis o pão eucarístico que será recebido na comunhão, e convida-os a ceia de Cristo.

7 – Comunhão
“Portanto, qualquer que comer este pão, ou beber o cálice do Senhor indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice. Porque o que come e bebe indignamente, come e bebe para sua própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor” (I Coríntios 11:27-29). Podemos perguntar o que significa participar do pão e do cálice “indignamente”. Pode significar ignorar o verdadeiro significado do pão e do cálice, e se esquecer do tremendo preço que nosso Salvador pagou por nossa salvação. Ou pode significar permitir que a cerimônia se torne um ritual morto e formal, ou vir à Mesa com pecado não-confessado. Para guardar a instrução de Paulo, cada um deve examinar a si mesmo antes de comer do pão e beber do cálice, em observância ao aviso.


8 – Oração depois da comunhão
O sacerdote, implora os frutos do mistério celebrado.

Conclui-se então a Liturgia Eucarística


4ª ParteRitos Finais
1 - Avisos
2 - Saudação e bênção do sacerdote
3 - Despedida da assembléia
4 - Beijo no altar por parte do sacerdote.
5 – Procissão para a sacristia.

6 comentários:

  1. É muito importante que você conheça a missa parte por parte para que você saiba o que está celebrando

    ResponderExcluir
  2. DEUS SEJA LOUVADO! LINDA É A MISSA! Que todos saibam o seu signnificado! Vio povo de Deus, vamos deixar de ser preguiçosinhos.. porfavor irmãos!

    ResponderExcluir
  3. Muito obrigado,assim obtive mais conhecimento, muito obrigado é muito gratificante.

    ResponderExcluir